segunda-feira, 22 de março de 2010

terça-feira, 9 de março de 2010

Face a Face


Quinhão

A absoluta falta de inspiração
O silêncio no escuro
O ventre-universo
Cadência incolor de firmeza volátil
Cadeia de ciclos, ponto incerto
Antes de tudo, o todo no tudo
O todo sozinho, tudo do todo
Não mais que o todo nele mesmo
O Sonho do poeta.

Pétala Branca

O que vejo agora?
O que direi, agora?
O que serei, agora?
Imobilidade. O que são
olhos para mim, agora?

Imóvel. Veemência de
uma Flor inalterada.
Inexplorada.
Fugacidade de uma
imagem que a retina não quer esquecer.

O ventre despido
de uma Rosa, branca,
fugitiva, permanece
na minha boca.

O gosto parece me
devorar.
É o veneno do qual provei,
é a semente que brota aqui.

É o beijo na tua haste;
A mão, espalmada;
É o aroma floral
voando no céu
E o instante preciso,
É o agora,
É neste exato momento.
É a nudez de minha alma,
É te contemplar com calma.